Sem dúvida que está a ser muito interessante a discussão entre o Daniel Silvestre e o comentador Bernardo no artigo “O diálogo que deve ser promovido“.
Concordo plenamente que os diálogos devem ser sempre promovidos. No entanto, quero chamar aqui a atenção para a urgência que existe de , em circunstâncias deste tipo, se definirem os pressupostos antes de se desenvolverem teorias e se defenderem posições. Refiro-me, claro está, à definição de deus; de que adianta um diálogo se se debaterem conceitos diferentes ou se se utilizarem diferentes graus de especificidade sobre o objecto da discussão? Dessa forma, corre-se o risco de mantermos um diálogo sobre abstracções conceituais inválidas para o nosso interlocutor.
Por outro lado, gostaria de afirmar peremptoriamente que discordo do Bernardo na questão da falseabilidade de deus. Não discuto, obviamente, a sua infalseabilidade à data; discuto a presunção de que será sempre assim. Ou seja, afirmar que deus será sempre uma hipótese não falseável é, em si mesmo, uma afirmação não falseável! Em que ficamos, então?