As Tardes da Júlia
Ateísmo, Pessoais 15 Abril, 2008Hoje fui convidado para participar na emissão de 24 de Abril do programa da TVI “As Tardes da Júlia”. Nessa data, o programa incidirá sobre a temática do ateísmo. Como acontece sempre nestas coisas, a data em causa é a única que está marcada no meu calendário como tendo um compromisso inadiável.
Uma vez que o Ricardo Silvestre também foi contactado para o mesmo efeito, fico mais descansado pelo Portal Ateu ter um seu representante na referida emissão.
Não se esqueçam: 24 de Abril, n’ “As Tardes da Júlia”.
24 Abril, 2008 às 15:29
Tenho estado ocupado com trabalho envolvendo uma cliente chata e pensei em dar uma vista de olhos aos blogs que infelizmente não via há 2 meses. Mas antes reparei que n’”As Tardes da Júlia” estava a dar um programa sobre ateísmo e assisti a maior parte.
Sem ofensa, mas fiquei um desapontado. Em primeiro lugar parecia que ia ver o teu nome, mas não o encontrei apesar de pensar que o senhor com o crachá em forma de “A” fosses tu. E além disso acho que os dois ateus poderiam fazer muito melhor. Deve-se ter logo em conta que Portugal não é os EUA e que aquele padre em conhecido pelo seu liberalismo . Acho que na Europa os ateus devem essencialmente obras mais académicas sobre religião, expor os abusos inclusivamente com apoios de crentes como civis e servir de exemplo para fora da Europa. Caso contrário seremos vistos como ecologistas radicais. O público poderá ter sentido que os ateus são arrogantes que tentam encontrar defeito nas religiões para atacarem-se.
Além disso parece que houve um equívoco semântico. A Júlia e a convidada (Filomena) também são ateias, pois não acreditam na existência de um Deus. E vejo textos como “As insuficiências do agnosticismo”, mas reparei que praticamente todos os ateus são mais ou menos agnósticos, inclusivamente Richard Dawkins e Cristopher Hitchens. Aposto que qualquer ateu no blog concordará com a filosofia de Huxley, o fundador do agnosticismo, mas não deixa de ser ateu por isso mesmo. Talvez se houvesse essa noção inicial, se houvesse uma maior preocupação em explicar o que significa ateísmo ao invés de tentar refutar o padre, com uma postura pragmática, acho que o programa seria melhor e os crentes até iriam simpatizar-se com os ateus (pelo menos até mesmo Testemunhas de Jeová parecem simpatizar-se comigo mesmo depois de ter dito que sou ateu e estão dispostas a ouvir).
Acho que os ateus devem “educar” primeiro os outros ateus. Muitos ateus americanos parecem compreender isso.
24 Abril, 2008 às 16:30
Boas,
Não te vi mas também não vi o programa desde o princípio. Estava à espera que fosse na SIC e era na TVI… Isto é o que eu ligo à TV…
Mas do que vi… não gostei!!!
Pareceu-me tendencioso, o “tempo de antena” de cada um dos participantes não me pareceu de forma alguma equilibrado entre os convidados e as interrupções das respostas também me pareceram tendenciosas…
É pena, um debate, uma discussão, uma troca de ideias e de pontos de vista não devia ser assim…
Sou católico, praticante às vezes e tenho pena que as pessoas da assistência do programa, que me pareceram católicas na sua maioria, pelo menos pelos aplausos, parecessem um bando de “maria-vai-com-as-outras” aplaudindo quando o sr. padre que lá estava falava mas fazendo uma cara de “não-percebo-o-que-é-que-estás-a-dizer-mas-és-ateu-e-então-eu-não-gosto-de-ti” quando um dos outros convidados falava.
De qualquer maneira não me parece que um programa como este seja o sitio ideal para um debate esclarecedor e educativo sobre o ateísmo…
Um Abraço.
25 Abril, 2008 às 17:16
Pedro Amaral Couto,
As mesmas razões que me levaram a não poder participar no programa também me impediram de o ver. Não quero opinar em relação à “performance” do Ricardo ou do Luís sem ver o programa, assim que arranje uma gravação.
De qualquer forma, concordo totalmente contigo quando temos que considerar que não estamos nos EUA e que o target de audiências daquele programa não é o mais favorável para se partir para a hostilização. Reservo-me mais comentários para quando vir o programa.
Isto vai de encontro à opinião do António. Não é o programa - nem o formato, nem a hora, nem o target - ideal para este tipo de discussões.
Obrigado a ambos.
26 Abril, 2008 às 19:32
OS DESCRENTES EM DEUS
Julia Pinheiro, no seu programa “Tardes de Júlia” do dia 24 de Abril 2008, convidou dois indivíduos assumidos como ateus, daqueles que se sentem muito incomodados por haver milhões de pessoas no Mundo que acreditam em Deus ou numa Inteligência Suprema que criou todas as coisas no Universo. Achavam eles, os dois ateus, que todos os crentes (como eu) são ignorantes ou estão mal informados, precisando talvez de umas lições ateistas para ficarmos mais esclarecidos ou melhor orientados, segundo os seus próprios pontos de vista, claro.
E ali estavam tentando mostrar sua pretensa ‘sabedoria’ discutindo com um padre católico que também foi convidado para estar presente e se esforçava por mostrar aos dois ateus que não tinham razão para estarem colocando em causa todos os valores da Igreja ou da sua Religião. Foi uma discussão estéril, no meu entender, em que a entrevistadora foi talvez a única pessoa mais sensata e coerente que mantinha a calma e um bom discernimento quando dava por vezes sua própria opinião sobre esta questão.
Por fim, um dos entrevistados chegou mesmo a citar uma frase de Albert Einstein (“Deus não joga dados com o Mundo”) como se pretendesse dizer que o grande físico e matemático também era ateu como eles, mas na verdade o grande cientista e humanista aceitava a ideía de um “Deus” supra humano ou uma Mente Suprema que tudo organizou e mantem em perfeito equilibrio no Universo. Um cientista não tem de ver as coisas do mesmo modo como as vêm as pessoas limitadas às suas crenças e convicções ligadas às Religiões.
No entanto, Einstein chegou mesmo a dizer que: “A ciência sem religião, é manca. A religião sem ciência, é cega”… Nisto estou completamente de acordo com ele, pois creio que um dia a Ciência e a Religião se unirão uma à outra e darão à luz um filho de Sabedoria.
Doutro modo, concordo também com as palavras de Issac Newton, o grande físico e matemático inglês (autor da obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica - publicada em 1687) que tem uma pequena reflexão muito interessante sobre a vida do Universo. E então se exprime assim:
“Esta noite deixei me absorver pela meditação sobre a natureza celeste.
Eu admirava o número, a disposição, o curso daqueles globos infinitos.
Entretanto, eu admirava ainda mais a Inteligência Infinita que preside este
vasto mecanismo e dizia a mim mesmo: É preciso que sejamos bem cegos
para não ficarmos extasiados com tal espectáculo, tolos e ingênuos para
não reconhecermos seu Autor e loucos para não adorá-Lo.“
Issac Newton
Não sei o que é que pensariam aqueles dois ‘ateus’ no programa “Tardes da Júlia”, a respeito deste pensamento de Newton ou de outros cientistas que divergem dos seus pontos de vista, mas pobres foram seus argumentos para tentar explicar o Inexplicável, limitando-se apenas a justificar sua grande descrença em Deus pelo facto de haver na Bíblia inúmeras contradições e tantos males neste Mundo onde o homem é o único e verdadeiro culpado por viver de costas voltadas para o Céu criar seu próprio inferno aqui na Terra.
Acham então os ateus que a solução talvez é deixarmos todos de ter fé ou de acreditar em Deus e pedir-Lhe contas por tudo o que está errado, acusando-o de ser o grande culpado…
Enfim, “cada cabeça, cada sentença” e creio que muitos seres humanos como aqueles dois ‘ateus’ ainda se encontram num estado de ‘hibernação’ do qual só despertam um dia quando a luz do Sol lhes iluminar a mente e aquecer a alma ou o próprio coração. Aí não mais questionarão Deus decerto a até agradecerão a vida em cada despertar da consciência de cada novo dia, vivendo em paz e harmonia, buscando Amor e Sabedoria.
Talvez fosse este tipo de diálogo que o padre Ferreira das Neves devesse ter naquela discussão em vez contraditar de um modo que não melhorou a situação. De resto, foi mesmo Jesus quem aconselhou a não pleitear com os que nada querem ouvir a não ser suas próprias palavras quando estão a falar.
Penso, por fim, que tudo tem um tempo para acontecer, até para o dormir e para o acordar…
Fica aqui esta dissertação,
Pausa para reflexão
Rui Palmela
3 Outubro, 2008 às 17:21
Olá! Eu concordo plenamente com o pensamento de Isaac Newton. Porém gostaria de saber em que livro está escrito este pensamento acima exsarado para ter segurança de que alguém me diga que não é dele eu preciso estar bem estribado quanto a isso. Se puderes me fornecer a bibliografia eu lhe ficaria muito grato. Parabens pelo seu trabalho esta muito bom. Abraço
17 Novembro, 2008 às 15:42
ola julinha eu adoro seu programa nao perco um