Começou oficialmente a campanha para o referendo de dia 11 de Fevereiro. Custa-me a entender a repetição exaustiva das mesmas razões de sempre, quer do lado do “SIM”, quer do lado do “NÃO”. Sobretudo quando é evidente que, na maior parte dos casos, a argumentação em defesa de qualquer das posições é baseada em princípios hipócritas ao serviço de interesses políticos, religiosos e até económicos.
Não me parece que hajam muitos indecisos. A maior parte dos eleitores já terão acompanhado todo este processo em 1998. Tal como a maior parte, já estou saturado de tanta argumentação barata, ora recorrendo, por uns, a slogans à la PREC, ou, por outros, a valores Estado-Novo.
Parece-me ser mais importante a campanha pelo dever cívico. Explicar aos eleitores que não se devem abster e que dia 11 de Fevereiro a decisão, seja ela qual for, será, efectivamente, resultado da vontade dos portugueses e não apenas de alguns. Se a taxa de abstenção for novamente elevada terei de rever a minha convicção de que o futuro passará pelo modelo de democracia representativa.