A Semana Natalícia

Esta é uma semana muito com­pli­cada. Para além da azá­fama tra­di­ci­o­nal da época, juntam-se o aumento de trá­fego e, feliz­mente, o aumento de tra­ba­lho, tanto no bar como no café, razões mais que sufi­ci­en­tes para me afas­tar do PC mais do que é habi­tual. Não tenho tido, por isso, dis­po­ni­bi­li­dade para pos­tar como dese­java. No entanto, ficam aqui algu­mas refe­rên­cias de coi­sas inte­res­san­tes na blo­gos­fera dos últi­mos dias:

- O Ateísmo e a cele­bra­ção do Natal — Alguns arti­gos online sobre a cele­bra­ção do Natal pelos ateus

- Pass-aram-se — O Ludwig aborda a ques­tão da nova empresa cri­ada para cobrar os direi­tos cone­xos à divul­ga­ção musi­cal em espa­ços públi­cos. É um assunto que eu quero abor­dar, até por­que no Palpita-me já rece­be­mos a car­ti­nha de apre­sen­ta­ção da Pas­s­mú­sica

- The Carl Sagan memo­rial blog-a-thon — Comemoram-se hoje 10 anos sobre a morte de Carl Sagan. Sagan foi um dos auto­res que mais me influ­en­ciou a cami­nho de uma pen­sa­mento cép­tico, cri­tico e raci­o­nal. Esta é a home­na­gem feita na blo­gos­fera a um dos mai­o­res comu­ni­ca­do­res e cien­tis­tas do nosso tempo. O que sem­pre mais me impres­si­o­nou em Sagan foi a sua capa­ci­dade de comu­ni­ca­ção e a faci­li­dade em huma­ni­zar os mais com­ple­xos desa­fios da ciên­cia em geral e da astro­no­mia em particular

- A Para­nóia politico-religiosa — Nem sei o que dizer sobre este vídeo

-Glo­bal Orgasm — É claro que se não tive­rem mais des­cul­pas para ter um orgasmo den­tro de 48 horas, esta parece ser uma boa razão! Embora, claro, se trate ape­nas de folclore.

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4 Respostas a A Semana Natalícia

  1. Andre diz:

    Acre­dito que uma das mai­o­res coi­sas que deve­mos ser é coe­ren­tes. Assim, é des­ne­ces­sá­rio dizer que o Natal, bem como o fato de se dar e rece­ber pre­sen­tes nesta data, têm ori­gens cris­tãs, ape­sar de todo o con­su­mismo que existe por detrás do evento.

    Logo, por ser ateu, você não deve­ria nem dar nem rece­ber pre­sen­tes ou par­ti­ci­par de ceias ou outras come­mo­ra­ções nesta data pois, assim, você não esta­ria sendo coe­rente com a sua [falta de] crença. Como pode alguém encher a boca para dizer “Deus não existe” em 364 dias do ano e come­mo­rar, junto com os seus, o nas­ci­mento do Seu Filho?

    Se lhe ofe­re­ce­rem um pre­sente nata­lí­cio, por mais que seja o que mais dese­jaste na vida até agora, deve­rias dizer: “Obri­gado, mas não posso aceitá-lo por­que sou ateu”. Se tuas filhas per­gun­ta­rem “Onde está nosso pre­sente de Natal?”, deve­rias res­pon­der “Não vou dar-lhes pre­sen­tes por­que esta tra­di­ção nata­lí­cia de dar pre­sen­tes tem ori­gens cris­tãs e eu sou ateu.”. Do con­trá­rio, serias um fan­far­rão, por apro­vei­tar ape­nas os bons momen­tos e dádi­vas de uma tra­di­ção a qual não acre­di­tas. Como pode alguém ficar o mês inteiro sem tra­ba­lhar e que­rer rece­ber o seu salário?

  2. Helder Sanches diz:

    André,

    Rara­mente me deparo com comen­tá­rios que incluam tan­tos dis­pa­ra­tes em tão pou­cos parágrafos.

    De facto, à seme­lhança da mai­o­ria das tra­di­ções ditas cris­tãs, tam­bém o Natal não passa da usur­pa­ção de outras tra­di­ções mais ances­trais, inse­ri­das no calen­dá­rio cris­tão para mini­mi­zar os efei­tos da cris­ti­a­ni­za­ção do impé­rio romano. Informa-te sobre as cele­bra­ções do sols­tí­cio de Inverno no calen­dá­rio Juli­ano e verás que (espanto!) acon­te­ciam a 25 de Dezembro!

    Pre­ten­des igno­rar por com­pleto aquilo que a maior parte do mundo oci­den­tal já faz; refiro-me à secu­la­ri­za­ção do Natal. Desde os anos 30, nos Esta­dos Uni­dos, que o Natal é con­si­de­rada uma cele­bra­ção tam­bém secu­lar, prin­ci­pal­mente devido à impor­tân­cia que a época tem para a eco­no­mia. Como vês, razões pouco religiosas.

    Quanto à treta dos pre­sen­tes, caro André, pare­ces que­rer que eu me feche her­me­ti­ca­mente algu­res e me isole do resto do mundo. Lamento, mas não o farei. Tal como tu não o fazes. Por isso é que cele­bras o Natal e não uma qual­quer cele­bra­ção judia ou hindu.

    Já que te opões à fan­far­ro­nice de eu enquanto ateu ofe­re­cer pren­das às minhas filhas no Natal, pre­sumo que quando os teus filhos tive­rem doen­tes não come­tas a fan­far­ro­nice de a levar ao médico e de lhes admi­nis­tra­res a medi­ca­ção. Cer­ta­mente que os leva­rás ao vigá­rio e reza­rás umas quan­tas avé-marias. Isso é que é ser um pai coe­rente. Tal como não sal­var a vida de um filho que pre­cise de uma trans­fu­são de san­gue por­que a reli­gião não per­mite, uma vez que está escrito num famoso livros de con­tos com milha­res de anos.

    Haja pachorra.

  3. André diz:

    San­ches, Sanches…

    Informa-te sobre as cele­bra­ções do sols­tí­cio de Inverno no calen­dá­rio Juli­ano e verás que (espanto!) acon­te­ciam a 25 de Dezembro!”

    Claro, eu já sabia disso, tanto que o relato bíblico do Nas­ci­mento de Jesus não con­diz com a época em que come­mo­ra­mos Seu nas­ci­mento. Mas, já que nin­guém sabe o dia em que Ele nas­ceu, come­mo­ra­mos neste dia mesmo, a menos que o senhor possa suge­rir uma data mais apropriada.

    Tal como não sal­var a vida de um filho que pre­cise de uma trans­fu­são de san­gue por­que a reli­gião não per­mite, uma vez que está escrito num famoso livros de con­tos com milha­res de anos.”

    A Bíblia não proíbe a trans­fu­são de san­gue, isso é resul­tado de uma inter­pre­ta­ção errônea pro­mo­vida por um grupo de pessoas.

    É claro que médi­cos são neces­sá­rios para sal­var vidas, mas como expli­car, por exem­plo, os paci­en­tes que são com­ple­ta­mente desen­ga­na­dos por estes pro­fis­si­o­nais, que retiram-lhe toda e qual­quer espe­rança de sobre­vi­vên­cia e, de uma hora pra outra, são mila­gro­sa­mente cura­dos, sendo que nem os pró­prios médi­cos sabem expli­car o ocorrido?

    O que eu per­cebo é que o ateísmo de hoje em dia — o qual atrevo-me a cha­mar de neo­a­teísmo — não tem por obje­tivo pro­var a ine­xis­tên­cia de Deus mas, sim, ata­car e dene­grir as diver­sas reli­giões exis­ten­tes no mundo e, para isso, vocês ata­cam o prin­ci­pal pilar de todas as reli­giões: a exis­tên­cia de Deus.

    Considerando-se que Deus tenha cri­ado o Uni­verso, conclui-se que Ele existe antes de qual­quer ser humano. Como obvi­a­mente todas as reli­giões foram cri­a­das por seres huma­nos, usar os erros come­ti­dos por uma reli­gião para jus­ti­fi­car a ine­xis­tên­cia de Deus não é válido, pois embora Deus não dependa de reli­gião alguma para exis­tir, o inverso não é ver­da­deiro. Como diz o ditado, “Nin­guém diz ‘Deus não existe’ sem antes ter dese­jado que Ele não exista”.

    Conforme-se: Deus está em toda parte, inclu­sive em vossa deno­mi­na­ção, ateus, pois o radi­cal teu sig­ni­fica Deus.

  4. Helder Sanches diz:

    André,

    Se já sabias que o Natal era uma usur­pa­ção de um ritual de come­mo­ra­ção do sols­tí­cio de Inverno por­que é que afir­maste que o Natal tem ori­gem cristã? Não bate certo.

    Em rela­ção às inter­pre­ta­ções da Bíblia por­que raio é que a tua há-de ser mais cor­recta que a dos outros?

    Em rela­ção aos médi­cos que desen­ga­nam (na minha opi­nião, bem; espero que façam o mesmo comigo uma vez que não goste que me min­tam ou ocul­tem fac­tos impor­tan­tes para a minha vida) doen­tes para os quais não é pre­vi­sí­vel cura e eles se curam con­tra as expec­ta­ti­vas, isso não sig­ni­fica mila­gre abso­lu­ta­mente nenhum; sig­ni­fica, ape­nas, que houve um erro de ava­li­a­ção da parte do médico ou que o orga­nismo do doente teve uma res­posta mais efi­ci­ente do que seria nor­mal prever.

    Repara, eu estou-me a bor­ri­far para as reli­giões e para todos os deu­ses que pos­sas ima­gi­nar. Já não me bor­rifo é para o facto de ten­ta­rem impor os valo­res des­sas mito­lo­gias moder­nas e des­sas per­so­na­gens de fic­ção na soci­e­dade em que vivo. Não per­ce­bes que para mim dizer mal de qual­quer deus é o mesmo que para ti dize­res mal de um uni­cór­nio ou de um duende à tua escolha?

    Como eu não con­si­dero que Deus tenha cri­ado o uni­verso, essa tua con­clu­são não tem para mim o mínimo sen­tido. Deus, de facto, não depende da reli­gião para exis­tir. Por isso é que não existe. Para exis­tir, depende de pro­vas, evi­dên­cias, demons­tra­ções… Ao con­trá­rio desse ditado pro­se­le­tista, eu digo antes que ” Nin­guém diz ‘Deus existe’ sem que antes não tenha dese­jado que ele exista”.

    Final­mente, lamento informar-te que Deus não está em todo o lado; ele ape­nas reside na cabeça das pes­soas com dese­jos infan­tis de eter­ni­dade, medo de lagos de fogo e que se tran­qui­li­zam com meia dúzia de Avé-Marias para abdi­ca­rem do sen­ti­mento de culpa.

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