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Month: Dezembro 2006
A Semana Natalícia
Esta é uma semana muito complicada. Para além da azáfama tradicional da época, juntam-se o aumento de tráfego e, felizmente, o aumento de trabalho, tanto no bar como no café, razões mais que suficientes para me afastar do PC mais do que é habitual. Não tenho tido, por isso, disponibilidade para postar como desejava. No entanto, ficam aqui algumas referências de coisas interessantes na blogosfera dos últimos dias:
- O Ateísmo e a celebração do Natal — Alguns artigos online sobre a celebração do Natal pelos ateus
- Pass-aram-se — O Ludwig aborda a questão da nova empresa criada para cobrar os direitos conexos à divulgação musical em espaços públicos. É um assunto que eu quero abordar, até porque no Palpita-me já recebemos a cartinha de apresentação da Passmúsica
- The Carl Sagan memorial blog-a-thon — Comemoram-se hoje 10 anos sobre a morte de Carl Sagan. Sagan foi um dos autores que mais me influenciou a caminho de uma pensamento céptico, critico e racional. Esta é a homenagem feita na blogosfera a um dos maiores comunicadores e cientistas do nosso tempo. O que sempre mais me impressionou em Sagan foi a sua capacidade de comunicação e a facilidade em humanizar os mais complexos desafios da ciência em geral e da astronomia em particular
- A Paranóia politico-religiosa — Nem sei o que dizer sobre este vídeo
-Global Orgasm — É claro que se não tiverem mais desculpas para ter um orgasmo dentro de 48 horas, esta parece ser uma boa razão! Embora, claro, se trate apenas de folclore.
Within You Without You / Tomorrow Never Knows
Já aqui fiz referência ao “novo” CD dos Beatles, “Love”. Fica aqui um cheirinho de um dos temas que mais me impressionou. O som do CD é muito melhor que o do vídeo.
Vai um cigarrinho ateu?
Eu sei que esta máxima é muito primária, mas já há algum tempo que tinha vontade de protestar contra a caça ao fumador. Eu fumo, é verdade, e não me orgulho disso. Mas, convenhamos, também não tenho nenhum peso na consciência em relação aos fumadores passivos. Uma atitude cívica q.b. é suficiente para ninguém ter que levar com o meu fumo.
Compreenderia melhor uma tentativa de proibição do tabaco do que algumas tentativas hipócritas por parte do governo em relação aos fumadores. Mamam nos impostos, mamam nas coimas, mamam onde querem… hum!?! Bem…
Cá por mim, vou mamar num cigarro!
Olha!… Sou um bright!
What is a bright?
- A bright is a person who has a naturalistic worldview
- A bright’s worldview is free of supernatural and mystical elements
- The ethics and actions of a bright are based on a naturalistic worldview
Persons who have a naturalistic worldview should not be culturally stifled or civically marginalized due to society’s extensive supernaturalism. Rather, they ought to be accepted as fellow citizens and full participants in the cultural and political landscape.
Embora seja ainda muito recente, é já impressionante o “calibre” de alguns dos aderentes e entusiastas deste movimento. De destacar ainda o fórum e, por mera curiosidade, a lista de “chavões” sugeridos. Alguns são muito, mesmo, muito criativos.
Hasta la vista, Baby Jesus
Para desanuviar, nada melhor que um Arnold em formato light…
Via Kamadas Gang
A fé, a razão e os agnósticos
Tenho esta ideia que a grande maioria dos crentes, de qualquer religião, nunca se dedicaram seriamente a pensar nas razões das suas crenças, da sua religiosidade. Haverão, obviamente, excepções, mas o grosso da coluna é, certamente, composto por pessoas que são — ou se dizem ser — de uma determinada religião devido ao processo de endoculturação religioso, isto é, seguem as tradições familiares ou dos grupos sociais em que estão inseridos e que foram assimilando ao longo dos anos.
Os que se dedicam a pensar seriamente sobre estes assuntos podem seguir duas abordagens: a fé ou a razão. E, note-se, estes caminhos poderão não ser auto exclusivos (embora isso me custe muito a entender), podendo as respostas a todas as perguntas serem procuradas através de ambos.
Os que procuram as respostas apenas na fé transformam-se, nos casos mais extremos, em beatos ou em indivíduos que encontram o sentido da vida numa qualquer resposta carregada de imagens mitológicas, desprezando a lógica e a ciência. Os que seguem ambas as abordagens, encontram na fé as respostas que a ciência ainda não pode dar e algum conforto espiritual de que poderão necessitar. Por outro lado, encontram na ciência a justificação para poder ignorar algumas regras inconvenientes dos sistemas organizados da sua crença — religião — e a ilusão de que, apesar de tudo, conseguem ser racionais e admitir incongruências nas mitologias modernas.
Finalmente, os que seguem a razão transformam-se em ateus ou, na pior das hipóteses, em agnósticos. E digo na pior das hipóteses porque, ao contrário do que o lugar comum pretende fazer crer, os agnósticos estão equidistantes dos ateus e dos crentes. Não acreditar que não se possa provar a existência ou inexistência de um ou mais deuses é uma postura desprovida de lógica. Os agnósticos, ao assumirem tal posição, estão a dar credibilidade aos crentes na questão do ónus da prova quando esse é um principio perfeitamente absurdo. Jamais o conhecimento será obtido pela prova da negação. Não compete a ninguém provar a inexistência seja do que for. É quem acredita na existência de algo que terá que o provar. Os agnósticos ao não seguirem este critério estão, também eles, a assumir uma posição muito pouco racional.
Crenças à la Infinito
Existe um canal na TV Cabo que se intromete constantemente nos meus momentos de zapping. Nada a propósito, a TV Cabo, na sua grelha actual, coloca o canal Infinito na mesma secção dos outros canais de documentários, ou seja, entre o canal 40 e 49.
O canal Infinito parece um desfile de programas preparados especificamente para ofender a inteligência de qualquer ser pensante; astrologia, aparições, cartomancia, anjos, milagres, ovnis, devoções, bruxarias, etc, etc, etc…
No entanto, existe uma espécie de pérola ali pelo meio, muito disfarçada, na qual eu tropecei num dos meus muitos zappings. O programa dá pelo nome de “Crenças” e do descritivo no site do canal Infinito consta o seguinte:
Como é que a religião define espiritualmente uma criatura clonada?
Já que a religião pensa sobretudo no bem da família… não é mais saudável um bom divórcio que um mau casamento?
É possível pensar numa religião que acolha todas as pessoas, incluindo as que são consideradas diferentes, como os homossexuais?
Não é hipócrita condenar a infidelidade numa sociedade como a de hoje?
Estes temas, e muitos mais, serão analisados neste novo espaço que Infinito apresenta em exclusivo, pela mão do reconhecido jornalista argentino Esteban Mirol.
Um painel de cinco representantes das religiões mais importantes do mundo –catolicismo, judaísmo, hinduísmo, islamismo e agnosticismo– juntamente com especialistas e com Esteban Mirol, debatem todas as semanas um tema da nossa realidade social.Por outro lado, um auditório de estudantes universitários poderá questionar as distintas posições religiosas face a factos como a SIDA, o divórcio, a infidelidade, a homossexualidade, entre outros. Participe desta análise semana a semana e debata junto dos que mais sabem do tema.
Não vou abordar, por agora, o facto de considerarem o agnosticismo uma religião. Deixarei a minha opinião para outro artigo sobre essa questão. Fica, no entanto, a referência.
“Crenças” vai para o ar à quinta-feira pelas 20.00 horas e repete aos domingos pelas 19.00 horas.
Nutopia
God is a concept
“God is a concept,
By which we can measure,
Our pain”
O autor desta frase foi John Lennon. Faz hoje 26 anos que John Lennon foi assassinado à porta do edifício onde morava em Nova Iorque.
Ainda durante a sua carreira enquanto membro mais carismático dos Beatles, John Lennon dedicou-se à sensibilização e ao apelo à paz. Canções como “All you need is love” ou “Imagine” são um exemplo da obra de Lennon enquanto Beatle e a solo.
Em 1966, John Lennon afirmou que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo para as novas gerações no mundo ocidental. Essa afirmação foi logo utilizada pelos mais radicais cristãos norte americanos e valeu aos Beatles terem sido banidos de muitas rádios por toda a América do Norte. Foram ainda organizadas “queimas” públicas de discos, revistas, livros e material indiferenciado alusivo aos Beatles.
Em finais dos anos 60 e princípios da década de 70, John Lennon, já a residir nos Estados Unidos, foi perseguido pelo FBI devido ao seu envolvimento em campanhas contra a guerra do Vietnam. Recentemente, foi estreado um documentário -The US vs. John Lennon — sobre todo esse processo.
Foi assassinado aos 40 anos. Aquela velha máxima de que não há pessoas insubstituíveis parece não funcionar com o John…