«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»
Esta é a pergunta aprovada para o futuro referendo sobre o aborto. A pergunta, de tão vaga, coloca-me algumas outras questões que, desconhecendo as suas respostas no acto do referendo, irão condicionar a minha opção.
- Qual o regime de prioridades que irá ser dado ao nível da ocupação dos blocos operatórios dos hospitais públicos quando se tiver que optar entre diversos casos clínicos?
- Qual o papel do homem no meio disto tudo? Estará o homem sempre refém da opção da mulher? Terá o homem que aceitar sempre as consequências quer a mulher decida abortar, quer a mulher decida ir avante com a gravidez, independentemente da sua (do homem) própria vontade?
- Onde é que estão estabelecidos os limites à referida “opção†da mulher? Existem? Não existem? Essa opção tem que ser sustentada? Com que tipo de argumentos? Clínicos? Sociais?
- O que significa a alteração da lei, em termos futuros, no que respeita à responsabilidade do Estado em investir na formação dos jovens em áreas como a sexualidade e o planeamento familiar?
- Qual o critério científico que suporta as 10 semanas como prazo para legalizar a opção?
- Se o “SIM†tiver maioria neste referendo, daqui a 10 anos far-se-á novamente um referendo? E se a maioria for do “NÃOâ€?
Estas são algumas questões para as quais não encontrei ainda respostas. E, garanto-vos, tenho procurado!
De qualquer forma, existem situações onde me parece moralmente obrigatório aceitar a legalização do aborto. Mas, essas são as que já estão previstas na lei actual! O que me preocupa é que, caso o “SIM†tenha maioria no referendo, a lei venha a dar cobertura a qualquer tipo de argumentos para sustentação da opção da mulher. E isso não está garantido que não venha a acontecer dada a falta de objectividade da questão escolhida para o referendo. E isso é algo de que eu me recuso a ser cúmplice.
Boas,
este é de facto um problema sério “o aborto”, apesar de existirem por aí tantos a passear livremente. Eu levantava outra questão, quantos abortos são feitos por dia ?
Parece que ninguém sabe, é mais um diz que disse. Devem ser muitos penso eu, para que haja tanta dedicação ao tema. Já agora não se pode salvaguardar a possibilidade de o homem poder também interromper a gravidez. Talvez existam situações em que isso fosse importante, pois conforme existem homens que deviam ser castrados, também há mulheres que não deviam ter ovários.
Cumpr.
Porra, meu, estás cheio de alma, carago!
ABORTO É UMA DECISÃO DE CADA UMA
das mulheres que vão abortar,sendo elas as responsaveis por seus atos. nao devemos préjulgar que seja errado ou certo o aborto, mas abortar ou nao pode ser uma decisão certa ou errada depende da ocasião e do porquê essa mulher quer abortar.