Os cartoons de Maomé têm dado muito que falar. Na minha opinião, o simples facto de se dar tanta importancia aos protestos muçulmanos é, por si só, preocupante.
Se é verdade que o direito à indignação deve existir em todos, o direito à liberdade de expressão também. Infelizmente, muitos dos povos muçulmanos não têm direito a este último e em relação ao primeiro só o têm quando este serve os interesses dos regimes no poder, a maioria regimes totalitários.
Assustador é o facto de muitos dirigentes ocidentais meterem o rabinho entre as pernas e mostrarem-se, também eles, até certo ponto, solidários com alguns dos protestos. Se não na forma, pelo menos no conteúdo e nas motivações que os sustentam. Ora, a quem mais no mundo ocidental pode a liberdade de expressão causar embaraço senão a esses mesmos dirigentes?
As liberdades conquistadas nas últimas décadas na grande maioria dos paises do mundo ocidental custaram muito sangue a muitos homens e mulheres que, muitas vezes, abdicaram da sua própria liberdade — e até da própria vida — para que hoje possamos usufruir dos direitos que eles, com a sua convicção, ajudaram a conquistar.
Mais, não vejo nenhuma lógica em termos que nos orientar, nos nossos próprios países, pelas leis medievais de outros países, baseadas em regras religiosas que, como todas as regras religiosas, apenas contribuiem para a ignorancia, intolerancia e estagnação dos povos.
Assim, porque no meu país não existem leis que proíbam qualquer caricaturização de referencias politicas ou religiosas, e porque são essas — e apenas essas — as leis que devo respeitar, aqui ficam, para a posterioridade, as famosas e inofensivas caricaturas da discórdia.
Bem, o autor e criador deste blog disse-me no noutro dia (ou noite, para ser mais preciso): “Ó Manel, mas tu ainda não comentaste as caricaturas?“
Bem, não comentei somente porque já tinha plasmado a minha opinião pessoal num afamado blog do qual fui criador.
Mas não seja por isso, caríssmo Sr. Helder (hehe).
Basicamente, a minha opinião é a seguinte: a liberdade de expressão somente pode ser limitada pelos meios legais, mormente pelo recurso às vias judiciais.
Não pode o mundo Ocidental cair no erro de se humilhar somente porque uma quantidade exacerbada de fanáticos religiosos não têm sentido de humor.
Senão estaríamos a permitir que as loiras, os alentejanos, o Papa, o Bill Clítoris (perdão, Clinton) e resmas de outras camadas e subcamadas e espécies de classes sociais, políticas, religiosas, etc., viessem para a rua com Kalashnikovs e bandeiras e fotografias de ministros causar distúrbios na Ordem Pública somente porque não concordam com as caricaturas ou anedotas ou outra coisa qualquer que sobre eles fazem todos os dias.
Tenho dito!
S’Ala Malec
Gostei desta do S´Ala Malec. continua que vais bem. Gosto.
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Nao creio que todos tenham ficados pasmos, mas Maomé ? Quem sabe… Ou acredita…
Yes, we can!
=D